https://youtu.be/QLCDymoJD_0
quando nasci
bebi das entranhas rubras da terra
todos os sonhos do mundo. meu rio meu mar
espelharam no meu olhar o horizonte fecundo
o oiro escorria do sol e a dança das folhas
tela ardente de ocasos outonais
vim ao fim da tarde a respirar vogais de vento e de chuva
mas ainda senti a réstia de sol
a fecundar o dia. fulgor de malmequer cor a semear
fragrância em jardim outonal.
colhi do fruto maduro a semente da palavra.
no alimento da luz e da névoa a suspirar amor
sorvi o futuro no sabor da alegria. vivi a dor e o prazer
pauta destino do meu ser
onde componho a música astral
que em mim
se faz poesia.
Bernardete Costa