https://youtu.be/QLCDymoJD_0
PORTUGAL ESTÁ EM FESTA! Transborda uma tal alegria depois de se sagrar vencedor no Festival da Eurovisão! E ainda bem. Vitórias, festas, alegria fazem bem à alma, à autoestima dos povos. Depois de tantas tentativas goradas de canções elaboradas pelos mais conceituados letristas e poetas portugueses, orquestradas por músicos de renome, um jovem e sua irmã, cantor e letrista respetivamente, trazem orgulhosamente para casa, para a sua pátria amada, o almejado troféu!
Ainda que, e pago caro esta ousadia pois uma multidão eufórica quase me bate na cabeça, tenha dito no momento que a letra da canção é pobre, ainda que bonitinha, porque fala de amor. Mas quantas outras canções bonitinhas também falam de amor! E nem por isso milhões de pessoas as acham excecionais. Quanto à música, quanto a mim, evoca-me uma canção de ninar; é mais uma música que soa bem, mas sem grande notoriedade.
Penso que o grande sucesso no Festival da Eurovisão não foi tanto pela canção em si, mas pela interpretação despojada e a simplicidade tocante do Salvador.
Estes e outros aspetos remetem-me para uma Europa cansada de luzes, vaidades, pessoas festivaleiras. Que até podem ter almas grandes, mas que não souberam ou não se atreveram à humildade que caracteriza o nosso cantor. Um cantor marcado por uma apreciada modéstia, até agora nunca observada nestas andanças musicais. Numa europa, num mundo em convulsão, presumo que este festival da Eurovisão poderá ser até temática para ensaios socio-filosóficos.
Não mudei de opinião, seguramente. Gostaria até do contrário. Um pouco como aquela de Fernando Pessoa: primeirito estranha-se depois entranha-se. Mas não, fico na minha.
E o óbvio, PARABÉNS PORTUGAL! PARABÉNS SALVADOR!