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Segunda-feira, 8 de Setembro de 2014

MÃE GAIA

Chamo-te Gaia, Mãe Terra

sopro de vida, raiz fecunda, árvore

de tua amada Tétis,

tronco fruto e pão, matriz de chão a pulsar;

em ti o suor nos sulcos do arado, no mosto da uva,

no cristal fresco da levada. És terra,

ergueste da rudeza da pedra, do verde doce do vale

do oiro das colinas e depositas o pólen

na avidez dos insectos. És rio,

fonte em estio, ribeiro em crescendo,

água subterrânea em seus veios

a dedilhar a estranha música do caos,

tumulto de peixe a indagar foz

na onda dos seios.

 

Trazes contigo o cheiro do colmo,

o divino ofício das colheitas, a verdade da infância

na gruta imperecível de amoras negras;

em ti gritos silvestres de céu de urze,

sangue de papoilas, sol de malmequeres…

fragrâncias cidreira, tomilho, coentros…

tua pele na pele do poema como

deusas gregas no voo alado dos ventos.

 

Toma-me em teus braços Mãe Terra, sou Tétis

tua filha amada, e neste encantamento,

como Caeiro lavrador de searas e pastor de rebanhos,

deposita em minhas mãos

os signos do universo,

e num só verso possam renascer fluidos de vida.

Mergulhemos, por fim, na paisagem

dos retornos e confiemos ao sorriso o perdão

como incenso no declive da viagem.

 

Bernardete Costa

publicado por Bernardete Costa às 18:01

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