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Sexta-feira, 8 de Março de 2013

BASTONADA DA DEMOCRACIA

 (O EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA É COMUM A TODOS OA CIDADÃOS...)

 

A bastonada veio do ar, seguiu minha pessoa,

era impossível uma bastonada  vir assim,

na minha direcção, sem ser pedida. E mesmo que fosse pedida,

como adivinhar uma bastonada e que mão a toma,

qual o destino a seguir, que ser espancar…

 

Não, a bastonada não era para mim,

nunca chamei bastonadas, mesmo encontrando-as pelo caminho

 eu desvio-me com algum respeito, bastonada

 tem direito a respeito, quem sabe a democracia se faça assim,

de bastão erguido, de arma empunhada…

 

Sem dúvida alguma, tudo tem direito a respeito,

eu vejo as coisas assim, mesmo penugem de passarinho

eu guardo no meu bolso, eu sopro de mansinho

e levo comigo para casa; e fico horas a indagar a origem,

que ave, que asa, que sonho ela transporta…

 

Realmente bastonada tem direito a respeito,

mas esta bastonada tinha pensamento leviano por certo,

se não foi sua e desejosa a vontade,

porque se vingou na minha cabeça, porque originou

aquele  vómito de sangue…Insensível e crua

nada a desviou do seu trajeto.

 

Não, a culpa seguiu seu caminho, uma mão a segurou,

uma mão desentendida se limitou a erguer bastão,

a vergastar minhas costas, sem ao menos perguntar:

 foi você quem atirou a primeira pedra?

 

Sei da minha clausura depois, de não responder

a perguntas para as quais respostas não tinha.

E mais bastonadas levei, meu corpo trapo na confusão das pedradas,

eu a ficar domada, sem forças para responder

a perguntas sem resposta, vexada pelo país que me escolheu o nascer.

 

A única resposta que tinha não foi aceite: ia a passar,

 a dobrar a esquina, a escutar a voz do passarinho…

De nada valeu, as bastonadas são surdas com certeza, apenas escutei

risos escaninhos dum passado a vir à tona do presente.

 

De mim se levantou um pouquinho de orgulho… e gritei:

Que merda de democracia é esta!!!

 

Bernardete Costa

publicado por Bernardete Costa às 11:14

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